136º Passeio pedestre Setembro 2012

Das Gaeiras a Brancos – 30 de Setembro de 2012 

 

Eburobrittium
 Esta cidade está referida na obra do escritor romano Plínio-o-Velho, que viveu no século I, onde citava as cidades romanas na costa atlântica da Península Ibérica e situava-a entre Olisipo (Lisboa) e Collipo (Leiria). Contudo, por falta de mais elementos e com o desaparecimento das suas ruínas, os historiadores não sabiam onde se situava e defenderam a sua localização de acordo com os vestígios romanos que surgiam na região. Assim, foram referidos locais prováveis em Amoreira, Alfeizerão, Évora de Alcobaça, Pataias e Parreitas (Bárrio).

 Em 1994, com as obras da A8 e do IP6, foram postos a descoberto algumas estruturas romanas, que, estudadas, revelaram pertencer a uma cidade romana, mas, por paradoxo, estavam também já cobertas pelas terras do talude a maior parte das restantes ruinas da cidade, que continuam sob aquelas novas autoestradas, impedindo a sua total escavação. Embora desconhecidas durante séculos, as ruínas, eram, de facto, conhecidas na idade média, pois com os seus materiais teria sido construída a Quinta da Flores, onde, nos fins do século XV se estabeleceu a rainha D. Leonor de Lencastre após a morte de seu filho - o que se confirma pela identificação de construções medievais no perímetro das ruínas romanas - e, mesmo a atual Quinta das Janelas (em cuja propriedade se encontram as ruinas) também terá usado muitos dos materiais da cidade romana, como prova o elevado grau de destruição dos seus edifícios em altura. Esta era uma cidade aberta, construída provavelmente no séc. I, que possuiria porto de mar, pois o braço de mar que era a Lagoa de Óbidos chegava até aqui e entrava pelo vale do Arnóia.

Possuía nascentes termais (que ainda existem nas proximidades) e nas escavações chefiadas pelo Prof. Beleza Moreira, foram identificados o fórum com as suas zonas comercial (tabernae), administrativa (basílica) e religiosa (templo) - embora este se encontre ainda sob o talude da autoestrada - bem como parte das termas, sendo apenas visível a zona quente com piscina circular (lacónium), sala de banheiras e sala de descanso.

 De todo o conjunto, são as termas que exibem mais materiais, nomeadamente no tanque circular e na parede exterior, o que denota a grande qualidade estética da construção. Para além de mais 10 estruturas romanas, refira-se a parte visível da cloaca, construção sólida que conduzia os esgotos para fora da cidade. Das estruturas medievais identificadas sobressai a mina, que recolhia as águas das nascentes e as conduzia à zona das habitações. Num morro calcário a sudoeste da cidade erguia-se a torre de vigia, o oppidum de Eburobrittium, que controlava a navegação que vinha do lado do mar.

Com a queda do império romano no séc. V, as populações abandonaram a cidade, fugindo dos ataques dos bárbaros e refugiaram-se no oppidum, acabando por fundar aí a povoação que assumiu, para sempre, o nome do oppidum, esquecendo-se o nome da cidade a que pertencia. A cidade estava ligada por estrada romana a Olisipo e a Collipo (existe marco miliário da via romana encontrado em Alfeizerão), bem como a Scallabis (Santarém) - desenvolvendo-se esta via ao longo do vale do Arnóia – e, por sua vez a Emerita Augusta (Mérida) capital da então Lusitânia.

Foi sede de civitas denominada Municipium Flavium Eburobrittium e o seu território confinava com as civitas de Olisipo, Collipo e Scallabis.

 Bibliografia: www.portugalromano.com; Óbidos Casa das Rainhas – texto de Carlos Orlando Rodrigues- Nov. 2001;

 Organização – Grupo de caminheiros dos PIMPÕES parceria com Casa da Cultura José Bento da Silva de São Martinho

135º Passeio Pedestre "Passeio ao Nascer do Sol"

“ Passeio ao Nascer do Sol ” Serra dos Candeeiros 23 de Setembro de 2012

Organização – GRUPO DE CAMINHEIROS DOS PIMPÕES Participação da Casa da Cultura José Bento da Silva e Parceria com a Associação da Cabeça Veada

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