127º Passeio Pedestre Janeiro 2012

Serra da Pescaria e S. Gião Domingo 29 janeiro 2012 

Caminhada na Serra da Pescaria e S. Gião

Esteve linda a manhã do último domingo de Janeiro. Caiu geada, mas o sol brilhou logo pela manhã e rapidamente aqueceu toda a paisagem - e se ela era bonita na Serra da Pescaria, onde 92 valentes pessoas e 1 cão abandonaram a cama quentinha e juntaram-se para caminhar e apreciar as belezas que o tempo, limpo e luminoso, deixava ver até onde os olhos conseguiam.

Percorreu-se a cumeada da Serra da Pescaria, por um velho caminho na vertente este, em direção a norte. A paisagem do troço do vale tifónico de Caldas, aqui, onde antes existiu a lagoa da Pederneira, era fantástica, com uma bruma transparente que se estendia como véu diáfano ao longo do vale, alimentado pelo vapor das chaminés da fábrica de aglomerados de madeira, em Famalicão.

Voltámos depois para a vertente oeste, com a paisagem soberba do mar azul a perder de vista e o calcário bege do promontório da Nazaré, iluminado pelo sol nascente, que também exaltava de branco o casario da cidade. Iniciámos a descida para o velho casario da Serra da Pescaria, agora já muito reformado com algumas casas grandes e as urbanizações que crescem e se sobrepõem, parecendo querer esmagar-se a si próprias… em contraste absoluto com o velho aglomerado.

Recebidos na bela casa de Alicia e Roland Filarski, casal de artistas holandeses que escolheram o nosso país e a Serra da Pescaria para viver, saboreámos chá, café e bolinhos e pudemos abastecer-nos com uma garrafinha de água e uma peça de fruta para o caminho.

E o caminho descia ali mesmo, à porta dos Filarski, para o que resta da Fonte do Povo, antigo abastecimento de água à povoação, onde, fugindo à lama, passámos depressinha para o outro lado da vertente da colina, onde passámos em túneis de vegetação fresca, até se abrir de novo a paisagem soberba do mar.

E por ali fomos, descendo pelos caminhos escavados pela chuva de outras estações, até descermos ao vale verde da Quinta de S. Gião, entalado entre as dunas e a serra, composto por parcelas verdes de couves em diferentes fases de crescimento, à volta do ainda imponente casario com palmeira centenária, embora abandonado e em degradação.

Alguns metros ao lado, um quase cubo, metálico, estranho e alienígena, esconde e abriga uma das igrejas mais velhas de Portugal e da península Ibérica: A Igreja Visigótica de S. Gião.

Construída segundo as regras ditadas pelo IV Concílio de Trento, no século VII, manteve-se até hoje depois do seu abandono pelos religiosos, porque recebeu uma nova função prática, que obrigava à sua manutenção: foi celeiro e curral de animais da Quinta de S. Gião, até meados do século XX, quando Eduíno Borges Garcia a identificou.

Com as paredes a ameaçar ruína, recebeu uma estrutura metálica que a segura por dentro e por fora e uma cobertura que a protege das intempéries, enquanto, há vários anos já, espera pela intervenção que a há-de colocar em condições de ser visitada e apreciada.

O local é excelente e permitiria soluções turísticas interessantes, relacionadas com turismo rural, com vertente agrícola, pois os solos da quinta são muito ricos e rentável a sua exploração. Seja qual for a solução, todos ansiamos pelo dia em que possamos, livremente, visitar a Igreja Visigótica de S. Gião, livre de amarras e coberturas estranhas, de pé, pelo seu pé.

Continuámos, então, em direção a sul, ora bordejando os campos cultivados, lavrados ou em pousio, cheios das flores amarelas das azedas, que já nos anunciam a primavera, ora pisando o caminho de areia das dunas que protegem este pequeno paraíso agrícola, até que, acabado o vale da quinta, começámos a subir os caminhos de pedra e argila que nos haviam de levar ao alto do moinho, novamente com vistas soberbas para o mar e a Nazaré.

Chegados ao fim do percurso circular, fomos todos procurar o almoço que o estômago reclamava já… uns para suas casas e 20 felizardos para o restaurante Raposa onde nos esperava pãezinhos caseiros e broa de milho, cozidos ali mesmo no forno de lenha do restaurante, mais uma sopa reconfortante e um divinal ensopado de borrego, com o saborzinho que só em casa da mãe se obtém, acompanhado com um vinho tinto que acentuava todos os sabores… e a mim ainda me calhou uma tarde de maçã feita no mesmo forno de lenha.

Depois disto, só um filme “visto” a partir do sofá lá de casa, com as pernas estendidas…
Para o mês que vem há mais, na manhã do último domingo, como é habitual, desta vez em Salir de Matos.

Cipriano Simão 29/01/2012

Programação de caminhadas para 2012

Caros amigos caminheiros, espero que tenham iniciado bem este ano e que todos consigamos remar contra a maré (negra) que se avizinha. Coragem, paciência, determinação, capacidade de resistência e Esperança certamente constituirão significados-chave para levarmos a melhor os tempos que se avizinham.

E caminhar, caminhar com conta e medida, sobretudo em grupo, ajuda! Ajuda o físico, espevita o espírito e amplia a caixa toráxica. Este ano fica desde já a promessa: nas caminhadas haverá mais subidas que descidas, ah pois! nas caminhadas é assim ... já basta as descidas na economia e nas finanças.


Informo que esta definida a  programação para 2012. >

Ela tem as características usuais ie as caminhadas ordinárias ( de gente extraordinária ) são mensais, regra geral, alternando concelhos, sobretudo Caldas da Rainha e Alcobaça mas com alguns "raids" pelo Bombarral, Cadaval e Lourinhã.

Não faltarão também as caminhadas extra-ordinárias de gente extraordinária. Iremos ter a já tradicional caminhada ao luar mas este ano vamos propor um novo desafio:  caminhada ao nascer do sol, veremos quantos "inimigos da cama" conseguiremos reunir?...

Sem mais delongas continuação de Bom Ano para todos!

Um abraço, Ricardo Oliveira